Dados apontam necessidade de mais investimento em
prevenção do HIV e tratamento da AIDS
O mês de dezembro estimula campanha de
conscientização sobre a aids,
doença que pode se desenvolver em pessoas
infectadas com o HIV.
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Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids (Unaids), quase 40 milhões de pessoas no mundo estão convivendo com o
vírus da imunodeficiência humana (HIV, em inglês), responsável pelo
desenvolvimento de doenças como a aids.
No Ceará, o HIV foi detectado em 1.417 pessoas,
conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), coletados até
dia 16 de novembro de 2019. O número representa aumento de 46% de pessoas
infectadas em comparação ao mesmo período de 2018, no qual 972 pessoas
convivendo com o HIV foram registradas.
De acordo com Telma Martins, articuladora do Grupo
de Trabalho de IST, Aids e Hepatites Virais da Sesa, o aumento de registros
para 2019 indica necessidade de investimentos na prevenção combinada. Acesso a
insumos de prevenção, educação e saúde, democratização de testes e tratamentos
e abordagens que reduzam estigmas e preconceitos são os principais aspectos a
serem trabalhados.
Índices de
infecção aumentam entre homens
A articuladora afirma que a secretaria está
desenvolvendo no Ceará, com o apoio do Ministério da Saúde (MS), agenda
estratégica para os anos de 2019 e 2020. Além de outras medidas, o projeto
objetiva ampliar a testagem para populações chave, como homens que fazem sexo
com homens (HSH) - termo utilizado pelo MS -, população trans, profissionais do
sexo e usuários de drogas.
É essencial que as medidas alcancem principalmente
o público masculino, já que independente de orientação sexual ou faixa etária,
os homens estão no epicentro do aumento de índice de infecção. Boletim
Epidemiológico de 2018 da Sesa aponta que a taxa de detecção de aids triplicou
entre jovens homens de 15 a 19 e duplicou entre homens de 50 a 59 anos.
“O motivo do aumento dos casos nessa faixa etária
[15 a 19] provavelmente tem como uma das causas o não uso, ou o uso
inconsistente, do preservativo. Já os homens de 50 a 59 anos fica um pouco
excluído das campanhas de prevenção, devido a um certo tabu em relação à
sexualidade da faixa etária”, analisa Telma.
Em busca da cura
A aids é incurável, pelo menos enquanto
pesquisadores investigam a criação de uma vacina preventiva contra o HIV e de
um tratamento eficaz contra a aids. “As vacinas até hoje testadas têm tido
resultados muito modestos, até desapontadores, porque é muito difícil
neutralizar o HIV”, explica o presidente Sociedade Brasileira de Infectologia
do Estado do Ceará (SBI/CE) Guilherme Henn.
Em relação ao tratamento, dois casos de pacientes
“definitivamente” curados do HIV estimulam os pesquisadores na busca por
alternativas mais acessíveis e menos intrusivas. Isso porque os enfermos
desenvolveram leucemia e passaram por transplante de medula óssea. O doador da
medula era imune ao HIV, condição que afeta em torno de 1% da população
mundial, provocando o desaparecimento do vírus.
“Isso não significa que a gente encontrou uma cura
para o HIV, porque a mortalidade desse procedimento [transplante de medula] é
muito alta”, alerta Henn. Por isso, a prevenção é a melhor forma de controlar a
epidemia de HIV/Aids. Em Fortaleza, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS)
abriga a Área Técnica de IST/Aids, responsável por promover campanhas de
testagem rápida e projetos educacionais.
O coordenador da área, Marcus Paiva, informa que o
setor trabalha levando a testagem rápida para populações prioritárias, em
locais como a Praia dos Crush, en Fortaleza. A ação se intensificará em todas
as unidades de saúde da Capital no mês de dezembro, em alusão ao Dezembro
Vermelho, campanha de conscientização sobre a aids.
Fonte: www.opovo.com.br
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